20120428

Se isso interessar a alguém (e espero que sim)

Bjinho e/ou abraço a todxs.

Fotos e vídeos há muitos, alguns já a circular. Colocarei alguns aqui, mal o tempo mo permita.

Com causas, com gente boa, dá gosto viver, sobreviver.

Abraço ...

Um bom final de dia...


Em Roma, sê romano

Segundo a edição online do Público de hoje, algumas universidades em Portugal estão, na "melhor" tradição de ser romano em Roma, a fazer ultimatos aos alunos com propinas em atraso para regularizarem essa situação, ameaçando-os com penhoras ou anulação de matrículas.

Assim funciona um bully: no pior dos contextos, em vez de exigir ao Estado que cumpra as suas obrigações, prefere perseguir o aluno, a parte mais frágil da equação. Conhecendo a situação de absoluta miséria em que muitos dos alunos vivem hoje, em situações pessoais e familiares absolutamente dramáticas, e apenas dias depois de ter sido exibido um excelente documentário televisivo relatando-as, as Universidades assumem uma posição absolutamente merceeira, de verdadeiro Pilatos, dando ainda mais corpo ao afastamento progressivo do ideal constitucional de instrução tendencialmente gratuita.

A partir deste momento, os reitores destas faculdades terão de colocar a viola no saco de cada vez que pensarem em acusar o Governo de perseguir os "mais pequenos". Seguindo-lhes o exemplo, não merecem melhor.

20120427

Associações de Pais de Lisboa têm dúvidas quanto ao Acordo Ortográfico

Eu também tenho dúvidas. Já nem sei escrever.


A Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (Ferlap) exigiu esclarecimentos ao Ministério da Educação sobre a aplicação do Acordo Ortográfico, alegando tratar-se de uma convenção multilateral ainda não ratificada por todas as partes.


Em carta enviada ao ministro Nuno Crato, datada de ontem, a Ferlap solicita informação sobre as condições de utilização do acordo e questiona se faz sentido obrigar os alunos a aplicá-lo quando organismos integrantes da estrutura do Estado “admitem publicamente que o não vão utilizar”.

A Ferlap alega ainda que, na comunidade linguística e científica, a validade do acordo “é duvidosa”.

Questionado recentemente sobre esta matéria, o ministro respondeu que o Acordo Ortográfico deixou de ser “uma questão de opinião”. Por seu lado, o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, garantiu, na terça-feira, que não haverá qualquer revisão do Acordo Ortográfico, mas adiantou a hipótese de acertos no Vocabulário Ortográfico Comum, que deverá ficar concluído em 2014.

Na Feira do Livro de Lisboa, Francisco José Viegas disse aos jornalistas que haverá abertura para fazer acertos no Vocabulário Ortográfico Comum a todos os países que ratificaram o Acordo Ortográfico, sendo que falta ainda o acordo de Angola e Moçambique.


http://www.publico.pt/Educa%C3%A7%C3%A3o/associacoes-de-pais-de-lisboa-tem-duvidas-quanto-ao-acordo-ortografico-1543820

Cinco escolas a menos em Coimbra


A proposta é da Câmara Municipal de Coimbra. No próximo ano lectivo vão encerrar cinco escolas na cidade dos estudantes. O Demo "laranja" segue as pisadas das "viúvas negras".

O meu primeiro post, com uma musiquinha catita.


20120424

O dia passou a ser triste, depois das 18horas.


As Reformas Postergadas.

Na sua ânsia de mostrar serviço, ainda que asneirado, o Governo decidiu também congelar o processo de acesso antecipado às reformas dos futuros candidatos, com uma excepção muito emocional sobre os docentes que vindo da privada [os que estarão ao serviço público desde 2005 - expurgar esqueletos de fantasmas (?)] terão a oportunidade de passarem a letra reformada parcial, nomeadamente, quando recebem enquanto ex-professores e ao mesmo tempo poderão fazer umas acumulações/biscates de índole político partidária.
O senhor dos Passos justificou a medida como combate a uma eventual falência do sistema de segurança social (esqueceu-se de separar as águas entre os professores que descontam para a SS e os que subsidiam a CGA).

Do outro lado da mesma barricada, o senhor dos 80 000 cavalos veio contrariar o chefe, quando afirmou na TVI que essa medida surgiu como forma de combater uma eventual falência das previsões do deficit público.

Mas a realidade parece ser outra, quando, a pedido dos patriotas do reino, famílias respeitáveis, a troika exige, segundo notícias dadas pelo jornal Expresso, que haja um despedimento de cerca 100 000 funcionários públicos (presume-se que nem os contratados, nem os funcionários pertencentes ao Poder Local não entrem nessa listagem).

Exemplifiquemos: um professor que estando no índice 299, ganhando em média 2 600€/mês (este valor aproximado simplifica as contas) e ao atingir os 30 anos de serviço e os 55 de idade poderia pedir a aposentação antecipada; como a penalização é de 6% ao ano e ainda teria cerca de 10 anos ao serviço da pátria, o montante a faturar pela CGA seria da ordem dos 1 040€/mês até morrer (possivelmente durante mais uns 15 anitos...).

Agora, tendo em atenção as novas regras das indemnizações por despedimento (7 - 13 dias por cada ano de serviço) o Estado (começará a aplicação desta nova opção  pelo privado e alargando-a à administração central) apenas iria eventualmente gastar 2 600€/mês (porque pelas regras actuais, esse professor ainda receberia uma maquia razoavelmente inaceitável até o limite máximo de 30 000€).

Mas, um professor em processo de mobilidade verá reduzido progressivamente o seu salário até aos 50%, ou seja, a partir do 3º ano de trânsfuga forçado poderá ser despedido com cerca de 1 300€/mês  apenas durante 300 dias - em 10 meses receberia o equivalente a 13 000€ - uma senhora fortuna.

Como vemos existe uma diferença colossal entre os 10 meses e 15 anos, se compararmos os encargos de curto prazo por via de despedimento forçado e os inerentes a uma reforma alucinante de longo prazo, sobre as contas públicas.

Estas reformas da despesa primária terão de ficar efectivas até 2015, porque havendo eleições, presume a coligação governamental, que já existirá uma folga orçamental para pagar subsídios, ainda que migalhas, e com promessas futuras de felicidade eterna (como forma de capitalizar votos).

Depois das eleições, acabando o teatro das votações, descobre-se novamente a necessidade de pedir uma nova ajuda, justificando-se, desta forma, a eliminação definitiva dos subsídios.

20120422

Manda novamente | Algum cheirinho de alecrim




Tanto Mar
Chico Buarque

Sei que está em festa, pá
Fico contente
E enquanto estou ausente
Guarda um cravo para mim
Eu queria estar na festa, pá
Com a tua gente
E colher pessoalmente
Uma flor no teu jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, que é preciso, pá
Navegar, navegar
Lá faz primavera, pá
Cá estou doente
Manda urgentemente
Algum cheirinho de alecrim

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente
Nalgum canto de jardim

Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim